Por Vânia Fernandes – 02 de julho de 2015
“Quanto mais difícil o caminho, quanto mais castigado pelo tempo, mais belo é o seu aspecto interior. É como se estivesse ensinando aos homens”. A frase é de um alagoano de 75 anos que há muito tempo respira ares guapimirienses. Amabílio Macedo chegou ao Rio de Janeiro aos 18 anos com o sonho de construir uma carreira nas Forças Armadas. E conseguiu. Ele foi sargento do Exército durante 14 anos, formou-se em direito e atuou no setor imobiliário. Mas foi apenas em 1984 que o encontro com a arte aconteceu.
“Eu tinha um sítio no Vale das Pedrinhas (um bairro de Guapi) e comecei a fazer tanques para criar peixes. Ao cavar, encontrei raízes que estavam ali há cem anos, talvez mais. Naquele momento pensei: isso aqui foi o sustentáculo de algo. No mínimo nos deu sombra e está aqui abandonado. Eu vou fazer o resgate disso como uma homenagem. E a partir daquele momento a loucura se solidificou”, relembra.
O escultor tem no currículo mais de 400 criações, além de algumas exposições por Rio de Janeiro, Teresópolis e em sua cidade inspiradora, Guapimirim. Muitas peças estão em outros países, como Argentina, Suíça e Paraguai. Elas jamais são vendidas. As que não estão com seu criador foram presentes para familiares e amigos.
Casada com ele há 53 anos, Lúcia Maria aproveita para tietar: “a loucura dele é um pouco minha também. O que ele sente, de certa forma eu também sinto. Quando ele está fazendo um trabalho eu dou palpite, ele me mostra e a gente busca nomes juntos. Embora não ponha a mão na massa, eu acompanho tudo”.
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