A região do Ouro é conhecida em Guapimirim por sua vasta produção de banana. Mas, não é por esta razão que ela é chamada assim. Na verdade, essa é mais uma preciosidade histórica herdada por nossa cidade. E das antigas! Dos tempos do Brasil Colônia. Com a exploração portuguesa das minas de ouro no Século 18, surgiu também o contrabando da riqueza que já era roubada de nossas terras. Enquanto a rota original seguia apenas pelo Socavão, um desvio era utilizado para a fuga dos ladrões. Este é o trajeto hoje chamado de Trilha do Ouro – que tem como símbolo um enorme Jequitibá centenário, provavelmente plantado pelos bandos que por ali transitavam.
O livro “Raízes de Magé e Guapimirim”, de Roberto Féo, narra a passagem do lendário garimpeiro português Manoel Henriques por Guapimirim em 1776. O contrabandista ficou conhecido como “Mão de Luva”, personagens retratado na novela “Liberdade, Liberdade”, da TV Globo. Mas, fique tranquilo: hoje só encontramos pelo caminho as belezas naturais da região! Partindo do bairro Caneca Fina, caminha-se até o Socavão, onde os agricultores da região oferecem um delicioso rápido café. Já do outro lado, após cruzar a região conhecida como Ouro, chega-se à localidade do Paraíso (próximo ao Centro de Primatologia do Rio de Janeiro). Lá, a dica é aproveitar para se refrescar nas águas do Rio Orindi-Açu.
Tudo isso em aproximadamente três horas de caminhada razoavelmente leve. Os condutores do percurso são agricultores do Socavão que também atuam na produção orgânica local. Gente que conhece como ninguém o trajeto, seus encantos e as lendas que irão encher de fantasia nossa expedição. A Trilha do Ouro, localizada na área protegida pelo Parque Estadual dos Três Picos, era utilizada até o início dos anos 60 pelos moradores do Paraíso para o transporte de seus entes queridos até o Cemitério do Bananal, onde fica a Capela de Sant’Ana. Ou seja: além de curtir a natureza e respirar ar puro, você terá a oportunidade de conhecer um percurso rico também em cultura.
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